Saímos juntas. Muuuito frio, 5 graus. A etapa era a mesma : retas e mais retas em andadero. Daniele acordou mal porque estava menstruada. Ela ia devagar atrás. Eu e Fabiana fomos conversando ainda no escuro e até o amanhecer. Muito louco falar da vida enquanto o dia amanhece. Tivemos uma bonita conversa. Fabiana pensa que fazer o caminho é uma prova de fé na vida e em si mesma.
Fabiana resolveu parar para esperar Daniele. Andei sozinha o fim da etapa. Encontramos Ines em Burgo Ranero. Fiquei num albergue municipal ruim, mas gratuito.
O Caminho de Santiago é uma grande alegoria! A vida é uma peregrinação constante, alguns chegam, outros vão, alguns têm um rumo, outros não. Uns ficam estagnados. Alguns mudam radicalmente de rumo. Eu estou a procura de novos rumos...
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
21 de Set - De Carrion de los condes a Terradillo de Templarios 2
Fiquei no albergue Jaques de Molay, o nome do último templario da história, dizem. Era o mais dentro da cidade. Bonitinho com decoração de símbolos templários, vários livros na biblioteca. Estava frio, então não saí mais do albergue. As meninas (Fab e Dani) chegaram no mesmo albergue, sem combinarmos. Vi no livro de mensagem que a Ines Serpa havia estado ali um dia antes. No caminho a gente fica sabendo de outras pessoas que nao conhecemos ainda por outras, sabemos de pessoas que estão na nossa frente pelas mensagens e pelos que ficaram pra trás. Muito legal. Estou encontrando pessoas bem legal e "perdendo" . É a vida!
21 de Set - De Carrion de los condes a Terradillo de Templarios
Etapa fácil, caminho reto e a mesma paisagem: messetas. Saímos juntas às 6:30. Estava beeem frio, o céu lindo. Coloquei as luvas mas não adiantou nada. Minhas mãos estavam congelando, andamos em silêncio.O primeiro trecho da etapa era fácil mas desanimador: 17 km de reta.
Eu quis seguir sem parar pois quando ando rápido e constante me esquento. Elas foram parando e ficaram pra trás. Deu pra pensar na vida desde a infância, muitas imagens vindo na minha cabeçaa mas ao mesmo tempo eu estava ligada no presente que era olhar para as muitas pedras.
Eu quis seguir sem parar pois quando ando rápido e constante me esquento. Elas foram parando e ficaram pra trás. Deu pra pensar na vida desde a infância, muitas imagens vindo na minha cabeçaa mas ao mesmo tempo eu estava ligada no presente que era olhar para as muitas pedras.
20 de Set - de Boadilla a Carrion de los condes 2
Em Carrrion, procurando albergue, encontrei Fabiana Passos e Daniele, que vieram comigo no vôo. Que Legal! Elas estavam um dia na minha frente e pensei que não iria mais encontrá-las. Foi bom vê-las. Daniele emagreceu e Fabiana estava machucada com tendinite, mas bem. Ficamos juntas no albergue. Saí para passear e jantar com Daniele enquanto Fabiana ficou no albergue. A cidade é muito bonita, tiramos fotos. Jantamos bem, num restaurante com bastante fumaça de cigarros.
20 de Set - de Boadilla a Carrion de los condes
Sai às 7:15 tardíssimo, o café servido no albergue pelos argentinos era muito bom, com bastante café e até suco de laranja. Foi muito legal o hospitaleiro foi na minha cama me desejar boa noite e boa viagem ontem à noite. Saí depois do Andre, queria ficar longe dele. O caminho fácil e o de sempre; messetas e mais messetas (planícies). Cheguei rápido em Fromista onde encontrei as Anas, falei rapidamente com elas pois queria ficar sozinha. Fui andando tranquila pelos caminhos próximos da estrada. Muitas moscas neste trecho, mas eu estava feliz por voltar a andar sozinha. Os ciclistas passavam na rodovia e desejavam "Ultreia" que é latim e siginifica Avante!
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
19 de Set - de Hontans a Boadilla del Camino
O Albergue particular de hontanas era bom a 7 euros, tinha comida dentro e jantei uma bela merluza, tirei fotos e tudo, bebi vinho com o Andre e dormi bem apesar da dor que não parava.
Saí às 6:45 com o André, caminho facil por andadero mas erramos o caminho e fomos 2 km pela estrada e nao pelo caminho. Fiquei de mal humor, frio desgraçado, eu odeio andar na estrada, meus pés estavam com caimbras. Quando o sol chegou fiquei bem, bonitos monumentos tais como o convento de Santo Anton, muito bonito, e a dor passando. Estava feliz. André queria ficar em Itero, antes de Boadilla, nos separemos, ele andou mais rápido. Andei os últimos 8 km (2 horas) num caminho subindo e cansativo, sozinha, foi um bom momento de reflexão.
Fiquei com medo de não conseguir chegar, a dor aumentava e o calor...mas quando vi a cidadezinha lá em baixo, fiquei toa feliz de estar indo, conseguindo...foi muuito bom.
Saí às 6:45 com o André, caminho facil por andadero mas erramos o caminho e fomos 2 km pela estrada e nao pelo caminho. Fiquei de mal humor, frio desgraçado, eu odeio andar na estrada, meus pés estavam com caimbras. Quando o sol chegou fiquei bem, bonitos monumentos tais como o convento de Santo Anton, muito bonito, e a dor passando. Estava feliz. André queria ficar em Itero, antes de Boadilla, nos separemos, ele andou mais rápido. Andei os últimos 8 km (2 horas) num caminho subindo e cansativo, sozinha, foi um bom momento de reflexão.
Fiquei com medo de não conseguir chegar, a dor aumentava e o calor...mas quando vi a cidadezinha lá em baixo, fiquei toa feliz de estar indo, conseguindo...foi muuito bom.
18 de set de Burgos a Hontanas 2
Andei muito bem apesar do joelho mas tinha decidido parar antes de Hontanas mas o albergue na cidadezinha estava fechado, as 11:45, entrei num bar e dei de cara com o André que me sugeriu reservar um lugar num albergue privado, há essa possibilidade. Então reservei para chegar as 15 hs e fui mais devagar com ele. Andamos até 14:30. Eu fiquei muito cansada neste dia, o Andre quis me esperar e parou várias vezes comigo incentivando-me.
18 de Set de Burgos a Hontanas
O Albergue só abria as 7 hs. Foi uma conecentração de peregrinos prontos pra sair olhando a chuva. Chovia muito e fazia muito frio. Quando saímos em grupo na chuva parecia uma romaria. Chuva forte e pessoal andando forte. Encontrei a Annie, uma coreana que nao fala nada de espanhol . Andamos próximas desde Poente La Reina. Lugares bonitos mas com a chuva eu só olhava pra baixo, para as minhas amigas pedras que agora eram um apoio pra nao cair.
Encontrei o Jorge no meio do caminho, uma vez num ponto de ônibus e depois debaixo de uma árvore, arrumando seus pés. Às vezes lembramos de algumas pessoas que não vemos mais e ficamos curiosas: onde estaram? como estaram? Meu joelho ainda doía muito e estava um pouco inchado. Coloquei o emplastro de Salompas. As pessoas, no caminho, por causa das condições, estão meio que niveladas: todas tem os mesmo objetivos de curto prazo e as mesmas dores e alegrias.Nao importa muito seus papéis na sociedade, todos são mais ou menos iguais - todos peregrinos....
Encontrei o Jorge no meio do caminho, uma vez num ponto de ônibus e depois debaixo de uma árvore, arrumando seus pés. Às vezes lembramos de algumas pessoas que não vemos mais e ficamos curiosas: onde estaram? como estaram? Meu joelho ainda doía muito e estava um pouco inchado. Coloquei o emplastro de Salompas. As pessoas, no caminho, por causa das condições, estão meio que niveladas: todas tem os mesmo objetivos de curto prazo e as mesmas dores e alegrias.Nao importa muito seus papéis na sociedade, todos são mais ou menos iguais - todos peregrinos....
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
17 de Set - De Ages a Burgos
(Pessoal, desculpem-me os erros de digitação, esses teclados daqui não tem padrão e nunca sei onde estão os acentos...)
Tomei banho, o banho é um capitulo a parte: além de ser completamente desconfortável pois se tem que levar tudo de valor para o banheiro e nunca se tem onde colocar, temos que levar a roupa e os produtos e molha tudo e o pior: os chuveiros tem um timer de 30 segundos, isso mesmo depois de 30 segundos ele desliga e vc tem que ficar apertando de novo....sinistro!Mas a água estava quentinha , nao dava vontade de sair..eu fui ficando lá dentro..bem egoísta que sou e a fila só crescendo....Depois fui descansar no meu beliche, eu sempre prefiro o de cima, e a Isabel veio me chamar para irmos a Catedral, saimos eu, Andre, Isabel e varios outros espanhois. Peregrinos tem desconto de 50%, pagamos 2,5 euros e vale a pela . É simplesmente linda e riquíssima. Muitas obras de arte.
Percebi que a chuva lá fora aumentava e eu não tinha ido com a capa. Voltei correndo para o Albergue, uns 300 metros e me molhei bastante. Encontrei o Jorge na porta do albergue, como sempre queria compania para ir as compras mas eu fui pra dentro me aquecer. havia um tour pela cidade pra o pereginos para conhecer os monumentos mas eu não tive coragem de andar na chuva. Fui deitar mas nada de dormir, vcs ja sabem né...Sai para procurar um supermercado, andei a beça e nada. Perguntava para as pessoas e sempre falavam: "cerquita" mas era longe pra caramba. O perto do espanhol é como dos mineiros...longe....Saí pra jantar sozinha, há muitos bares e restaurantes, procurei um que tivesse prato combinado que é menos comida, eu não estava com muita fome. Comi um prato bem maluco e impensável para o meu gosto mas estava bom: salada de alface e tomate, peito de frango com pele (tirei a pele, claro), 2 ovos fritos boiando no óleo, batata frita mole e oleosa e morcilla que é uma linguiça de sangue recheada com arroz, aspecto horrível mas gostoso. Bebi vinho a beça conversando com um peregrino desconhecido da Autrália. A cidade é linda e todos ficam até tarde na rua, nos bares, mesmo no frio. Todos menos nós peregrinos. Fui dormir sob o efeito do vinho de Burgos as 22 hs.
Tomei banho, o banho é um capitulo a parte: além de ser completamente desconfortável pois se tem que levar tudo de valor para o banheiro e nunca se tem onde colocar, temos que levar a roupa e os produtos e molha tudo e o pior: os chuveiros tem um timer de 30 segundos, isso mesmo depois de 30 segundos ele desliga e vc tem que ficar apertando de novo....sinistro!Mas a água estava quentinha , nao dava vontade de sair..eu fui ficando lá dentro..bem egoísta que sou e a fila só crescendo....Depois fui descansar no meu beliche, eu sempre prefiro o de cima, e a Isabel veio me chamar para irmos a Catedral, saimos eu, Andre, Isabel e varios outros espanhois. Peregrinos tem desconto de 50%, pagamos 2,5 euros e vale a pela . É simplesmente linda e riquíssima. Muitas obras de arte.
Percebi que a chuva lá fora aumentava e eu não tinha ido com a capa. Voltei correndo para o Albergue, uns 300 metros e me molhei bastante. Encontrei o Jorge na porta do albergue, como sempre queria compania para ir as compras mas eu fui pra dentro me aquecer. havia um tour pela cidade pra o pereginos para conhecer os monumentos mas eu não tive coragem de andar na chuva. Fui deitar mas nada de dormir, vcs ja sabem né...Sai para procurar um supermercado, andei a beça e nada. Perguntava para as pessoas e sempre falavam: "cerquita" mas era longe pra caramba. O perto do espanhol é como dos mineiros...longe....Saí pra jantar sozinha, há muitos bares e restaurantes, procurei um que tivesse prato combinado que é menos comida, eu não estava com muita fome. Comi um prato bem maluco e impensável para o meu gosto mas estava bom: salada de alface e tomate, peito de frango com pele (tirei a pele, claro), 2 ovos fritos boiando no óleo, batata frita mole e oleosa e morcilla que é uma linguiça de sangue recheada com arroz, aspecto horrível mas gostoso. Bebi vinho a beça conversando com um peregrino desconhecido da Autrália. A cidade é linda e todos ficam até tarde na rua, nos bares, mesmo no frio. Todos menos nós peregrinos. Fui dormir sob o efeito do vinho de Burgos as 22 hs.
17 de Set - De Ages a Burgos
Em Ages eu nem sai do Albergue, estava cansada, precisa lavar e secar roupas porque ainda estava chuvoso... O Jantar foi no albergue mesmo, muito bom: paella mas sem frutos do mar, tinha carne de porco e galinha, Conversamos muito no jantar eu, Andre, uma espanhola bem legal de Saragosa chamada Isabel e um alemão que ficou bem mudo, de vez em quando nós traduziamos algo para Ingles pra ele. Divertida a Isabel, contava coisas relacionada a arte e arquitetura de Leon. Na Europa é comum um cidadão também comum saber muito da história da Espanha, reis, épocas. Foi legal. Ficamos conversando até que chegou a hora de dormir. Todos temos que ir pra cama entre 21:30 e 22 hs. De manhã, tomamos o bom café do albergue e saímos as 6:30 hs eu, André e varios outros juntos. Eu acordei com meu joelho direito doendo muito. Senti que machuquei, estava inflamado. Eu sentia aquela dor e estava impaciente porque o Andre fala o tempo todo. Não sei porque eu sempre encontro pessoas assim que me irritam, mas tentei deixar ele falar. Estava muito frio, uns 6 graus, fomos tranquilos até que começou uma subida e uma neblina gostosa mas que no escuro fazia parecer filme de terror.
Foi amanhecendo e foi ficando linda a paisagem. Paramos para tirar fotos. Depois vieram descidas que me fizeram ver que o meu joelho estava mal....Depois mais caminhos retos até uma bifurcação (que nao vimos) onde podia-se optar pelo caminho antigo de pedras margendo o rio ou pela estrada e entrar na região industrial de Burgos. Fomos pela estrada, o que foi ruim pois asfalto e calçada de concreto nao foram feitos para peregrinos. Burgos é grande, uma cidade muito bonita, muitas praças e muito comércio. Quando chegamos não chovia, fazia atá um solzinho mas estava bem frio, 11 graus, tiramos uma foto para mostrar a temperatura.
Nos perdemos na cidade pois não achávamos o caminho, são dois os que passam pela cidade. Então pedi ajuda pra uma senhora que nos botou de volta no Caminho com toda uma atencao e respeito. demoramos pra achar o albergue municipal e a minha dor no joelho só piorava mas eu estava bem, a beleza da cidade me encantava. O albergue é grande e bonito. Chovia fino e fazia um friozinho bom (ou eu ja estava acostumando com o frio, sei la). O Albergue tem 3 andares com elevador e varias maquinas de comida e bebida.....
Nos perdemos na cidade pois não achávamos o caminho, são dois os que passam pela cidade. Então pedi ajuda pra uma senhora que nos botou de volta no Caminho com toda uma atencao e respeito. demoramos pra achar o albergue municipal e a minha dor no joelho só piorava mas eu estava bem, a beleza da cidade me encantava. O albergue é grande e bonito. Chovia fino e fazia um friozinho bom (ou eu ja estava acostumando com o frio, sei la). O Albergue tem 3 andares com elevador e varias maquinas de comida e bebida.....
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
16 de Set - de Belorado a Ages
Tomei café dado pelo albergue: pão com margarina, nescafé e leite e tb geléia de pêssego, muito comum aqui. Saí as 6:30 junto com vários. Estava chovendo. Coloquei a capa fina , estava frio, coloquei os dois casacos e toca. Estava 5 graus segundo um espanhol. Com minha calça de moleton, e todos os casacos, fiquei bem. Caminhando eu suava debaixo dessa roupa toda. Fui bem, a chuva era fina e parava, as vezes. Nao fiquei muito molhada, mas meus pés estavam gelados com as duas meias. Na cidade Tosantos parei para um bom café cortado ( o nosso pingado) e esquentar um pouco. O bom da chuva é que naturalmente se aumenta o ritmo sem cansar. O caminho foi gostoso e bem variado onde teve de tudo um pouco: bosques, subidas, descidona, chuva, frio, sol, calor. Me sentia muito melhor do que ontem, me sentia mais segura. Cheguei cedo em San Juan de Ortega, outra cidade emblemática do caminho, onde no passado havia um padre chamado Jose Maria que dava sopa de alho e bençãos aos peregrinos. Ele já morreu mas a tradiçao continua. Passei por lá as 11:45, este seria o destino final do dia mas resolvi avancar mais um pouco, 3 km.
Eu já sabia dessa possibilidade pelo guia e também o Sérgio de Brasilia me enviou um email avisando que tinha bons albergues particulares em Ages. Então segui, nao chovia mais, abriu um solzinho, tive que tirar um casaco - o corta vento. O Caminho era por lindos bosques e fácil. Cheguei em Ages às 12:30
Foram 27 km. Dei uma olhada no albergue municipal, 7 E e ruim, o particular 10 E com café da manhã, muito bom. Na hora da entrada encontrei um brasileiro chamado André, de Recife que conhecia a Inês e havia andado com ela por um tempo.....
Eu já sabia dessa possibilidade pelo guia e também o Sérgio de Brasilia me enviou um email avisando que tinha bons albergues particulares em Ages. Então segui, nao chovia mais, abriu um solzinho, tive que tirar um casaco - o corta vento. O Caminho era por lindos bosques e fácil. Cheguei em Ages às 12:30
Foram 27 km. Dei uma olhada no albergue municipal, 7 E e ruim, o particular 10 E com café da manhã, muito bom. Na hora da entrada encontrei um brasileiro chamado André, de Recife que conhecia a Inês e havia andado com ela por um tempo.....
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