sábado, 10 de outubro de 2009

06 de Out - De Palas del Rei a Arzua

O de sempre..acordei cedo no frio e chuva , andei sozinha no bosque...seriam 28 Km, o ultimo trecho longo...nada novo. Gostaria agora de contar algumas coisinhas negativas que omiti para nao preocupa-los. Mas qdo forem ler verao que ja estou bem.

E todo o caminho tem uma praga chamada "chinches" , é uma especie de percevejo, do tamanho de uma pulga. Os peregrinos que nao se lavam sao os que mais espalham a praga, os albergue sao sempre desinfetados mas nao adianta a tal pulga vai com as pessoas. Enfim, eu ja sabia disso desde antes de vir, tomei as providencias que eu pudia, sempre lavando as roupas, mantendo o saco de dormir fechado durante a noite, enfim. Muita gente pega chinche, sao picadas iguais de pulga por todo o corpo, e tem gente que é alergico, ai fica inflamado. Enfim, escapei até o dia 5 em Portomarin qando acordei toda picada, nao estava cocando nao, mas agora esta.

Depois conto mais, por enquanto está tudo bem.

Estou ansiosa pra chegar ...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

terça-feira, 6 de outubro de 2009

05 de Out - De Portomarin a Palas del Rei

Era pra sair as 7:30 mas acabei saindo 6:50, quem consegue dormir com o barulho dos peregrinos que levantam. O barulho de sacos plásticos e zíperes nos despertam na hora! Na saída andei um trecho sem saber se estava correto então voltei pra perguntar num bar, estava certo, perdi um tempinho nisso. Tanto na entrada quando na saida de Portomarin se passa por uma ponte alta e estreita. Foi sinistro passar lá no escuro. Fui bem, até que começaram as subidas. Nas subidas todos me passam por que eu subo devagar como uma velhinha de 70 anos. E as subidas estão ficando mais difíceis a cada vez. Começou a chover forte. E lá se vai o perrengue de colocar as coisas de chuva... depois consegui andar melhor e curtir a chuva, não estava muito frio, e com tantas camadas de roupa até que suei bastante. Choveu por umas 4 horas depois, ao meio-dia parou. Descansei em um bar, tomei o velho e bom café com leite. Encontrei alguns conhecidos do caminho como as duas japonesas que vem junto comigo desde Belorado. Elas acordam cedo como eu. Há muitos orientais no caminho. Eles sao educados.




04 de Out - De Sarria a Portomarin

Acordei e não sabia a hora, como ninguém se mexia fui ficando na cama até que ouvi passos de peregrinos na rua e levantei correndo. Eram 7:20. Sai as 7:30. Tardíssimo. Comecei meu dia tomando café e andando ao mesmo tempo, a sorte é que tem maquina de café expresso e bom, na entrada dos albergues. Estava chovendo mas não muito. Andei rápido no começo mas fui desacelerando até entrar no meu ritmo. Conseguir sair sozinha da cidade. na saída geralmente tem um cemitério, já passei por vários no escuro e é até bom pois se vemos o cemitério é sinal que estamos no caminho certo. caminho igual ao dos últimos dias: subidas e descidas em meio a bosques e pastagens.








Fui bem até chegar na entrada de Portomarin quando bi que era uma subidona. Estava cansada pra subir e fui no sofrimento. Cheguei na hora que o albergue municipal abria e fiquei por lá mesmo, não estava a fim do municipal mas era barato e prático, perto do comercio. Era bom mas tinha muita gente, o quarto estava superlotado e abafado, ainda bem que fiquei perto da porta de entrada. Mesmo assim consegui dormir de tarde! Saí pra passear porque qdo acordei não aguentei o abafamento. Acabei jantando cedo, comi bem lentamente para passar a hora. Um restaurante bonzinho e sozinha na mesa em silencio. Comi uma sopa de lentilhas de entrada e depois uma grande posta de bacalhau na chapa com batatas. ötimo, tirei foto do bacalhau.


 Liguei para o albergue particular de Palas del Rei para reservar um lugar, seriam 26 km e eu não queria correr mais, avisei que chegaria até as 3 da tarde. Estou realmente ficando muito cansada. Sinto que minha performance esta caindo dia a dia. Dores musculares direto. Resolvi desacelerar.

03 de Out - De triacastella a Sarria - 2

Em Sarria fiquei sozinha novamente. Adorei a cia de Kathrin mas foi bom ficar sozinha novamente. Eu nao andava sozinha há 2 semanas. cheguei cedo, 11:50 mas nao encontrei o albergue municipal e nao estava a fim de procurar, entrei num bom a 10 E. Descansei, sai pra ir na farmacia compra produto pra lente. Encontrei Jorge, Andre e Daniele na farmacia. Falei rapidamente com eles que iriam fazer mais 20 km no dia. Acho que aquela foi a ultima vez que os vi no caminho. Eu fiquei atras deles. Nao preciso correr. Fui no supermercado grande bem mais barato onde pude comprar coisas tipo queijo, pao, banana, chocolate. Fiz um lanche e fui descansar. O quarto ainda estava vazio, quando comecou a chegar gente eu sai. Fui na igreja e fiquei lá 1 hora mais ou menos, em silencio. Passei pela cidade, coisa que nao fazia há um tempo, bonitinha com agradáveis pra´cas, fiquei ouvindo o pessoal falar, nao entendo nada do galego. Encontrei uma brasileira que estava no grupo no dia da Queimada em Vilafranca e outro brasileiro. Jantei no proporio albergue uma carne de vaca ensopada com legumes cosidos muito boa. Conversei um pouco com duas dinamarquesas que sentaram na minha mesa. Uma delas queria um tampao de ouvido e eu dei um pra ela. Artigo super hiper necessario! Dormi relativamente bem apesar dos roncos adivinham de quem? Da moca que pediu os tampoes! É mole!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

03 de Out- De Triacastela a Sarria

Etapa facil pra mi que só andei 19,7 km. Bonitos caminhos por bosques e dentro de pueblos bem pobres.- Muitas vacas. Nos decidimos parar só uma vez neste trecho. Em Sarria iriamos nos separar pois Kathrin queria seguir mais 12 km e eu nao precisava correr tanto, tenho tempo. Adorei a cia de Kathrin mas estava feliz por voltar a caminhar sozinha. Nao andava só há 2 semanas,. Combinamos de nos encontrar em Santiago no dia 10.







02 de Out - de O Cebreiro ate Triacastela

Saimos as 7 hs pois seriam somente 20 km, etava com muita neblina mas menos frio do que na noite passada. Bem legal sair no escuro na neblina, me senti num filme de terror mas nao tive medo. Eu havia dormido pessimamente e estava feliz por estar andando . Estava um pouco lerda e quase cai em cima de Kathrin que disse " You smells alcool!", brincando comigo. Tomamos cafe na proxima cidade e eu acordei um pouco. Kathrin sempre dizia "Break coffee?" E eu "of course". Ela é bem metodica mas muito boa gente. Ela é enfermeira num sanatoria de loucos. bem diferente. Almocamos rapidamente num bar na beira do caminho. Chegamos bem em Triacastela, estavamos procurando o albergue quando um Brasileiro chamado Osvaldo nos abordou dizendo que ali era um bom albergue, de fato, era bonzinho. Ele já foi sugerinjdo que fizessemos jantar a noite. Achei otima ideia, até entao nao tinha feito comida. Fomos na vanda ao lado do albergue, compramos atum, cogumelos e aceitonas para um espaguette. Coloquei bastante alho no macarrao e ficou otimos. Compramos um vinho de 5 euros e bonzinho. De sobremesa compramos abacaxi em calda muito bom. Osvaldo é bancario aposentado em Florianopolis, torcedor do Havai e adora caminhar. Legal mas fala muito. Ele arranha um alemao, pois é descendente e tentava puxar papo com Kathrin. Eles foram fumar juntos antes do jantar enquanto eu terminava de cozinhar. O jantar foi a 3 linguas e bem animado. Durante o jantar vi pela TV que o Rio foi oo escolhido para as Olimpiadas e brindamos juntos, recebi os cumprimentos dos outros hospedes. Foi legal.




01 de Out - De Villafranca a O Cebreiro

Estava com medo pois diziam que este seria o trecho mais dificil, que a subida ao monte O Cebreiro era a mais ingreme. Saimos as 6:50. O hospitaleiro do albegue do Jato era super simpatico e prestativo, e abriu a pronta antes que so abriria as 7. fomos no escuro, a saida era fácil e logo comecaram as subidads e descidas. Kathrin sempre anda mais rapido e espera por mim. Sonia estava mal dos pes e ficou pra tras. Seguimos eu e Kathrin, muitas subidas de pedras soltas mas nao tao ingrime como pensei. Visao linda dos vales que lembrava a subida a Petropolis e Teresopolis. Tiramos uma foto mostrando o alto do Cebreio ao fundo e seguimos bem. Bebemos muuuita agua. Encontrei o Jorge e o Andre no meio do caminho, falei rapido com eles, nao queria dar a chance de ficar junto com eles. Eu ja estava cheia de brasileiros. Chegamos por volta das 2 hs La do alto tem uma bela vista de todo o vale. Bonito mas nao tao bonito quanto eu imaginei. Albergue bom , publuico a 3 euros. Só que os quartos eram para 30 pessoas, muita gente, queente e abafado. Dormi mal pra varia, nao consegui dormir a tarde e tive que lavar muita roupa. A noite eu disse pra Kathrin que nao queria ficar com o brasileiros e ela ficou comigo mesmo tendo uma amiga alema junto com os brasileiros. Ela gostou de mim. Jantamos bem e tomando 1 garrafa de vinho. Kathrin me falou um pouco da sua vida. Ela é discreta e pergunta pouco sobre mim. Eu gosto disso.






30 de Set - de Molinaseca a Villafranca del Bierzo

Acordamos às 6 e saimos 6:30, fomos em 3: eu , Kathrin e Sonia. A Sonia fala muito e frequentemente perdíamos algumas setas. Kathrin estava com um bom guia em alemão com detalhes textuais e eu com o mapa, assim nos achávamos. E a Sonia atrás. Caminho fácil, com algumas pedras grandes. Kathrin permanecia calada e concentrada. De manha ela fala pouco. Paramos para almocar em Cacabelos, estava muito sol mas eu combinei com Kathrin para nao demorarmos. Tiramos fotos com Sonia. Liguei pra o albergue que o guia de Kathrin dizia ser bom para reservar lugar e assim podermos andar no sol mais lentamente. Só que eu não sabia que era o Albergue de Jezus Jato, outra lenda do caminho, uma especie de feiticeiro. Detestei o albergue, muito sujo e feio. Alem de ter muitos brasileiros, e quando brasileiro se junta só dá baderna. Esse Jato faz uma especie de ritual chamado "Queimada" que é colocar fogo numa bebida de aguardente de uva. Eu nao ia comer lá por causa da sujeira, mas fomos convidadas pois o brasileiros nao pagam o jantar lá, o Jato tem uma forte relacao com brasileiros. Entao tive q ficar. Imaginem eu tendo que comer num lugar imundo uma comida feita por um cara imundo. Enfim, tive que passar por isso. na hora da tal Queimada eu cai fora. Fui deitar. mas a baderna continuou ate 11 da noite. Pessima noite pra mim, mas estava feliz com a cia de Kathrin e Sonia.








29 de Set - de Rabanal a Molinaseca

Foram 28 km muuuito cansativos, os piores para mim até agora, em termos de cansaço, mas maravilho de caminhar. A Kathin é alemã e a conhecemos em Astorga onde ela começou o caminho. Ela pediu pra a Dani acordá-la de manhã e foi com a gente. Saímos de Rabanal eu , Ilma , Dani e Kathrin às 6:30 hs. Fomos juntas no escuro, uma boa subida mas com o frio era até bom. Chegamos em Foncebadon às 8:10 e tomamos café no único albergue do lugar. Foncebadon era uma cidade em ruinas e abandonada, nos últimos anos apareceu um albergue e um bar. É um cidade emblemática do caminho, aparece em muitos livros. Chegamos a Cruz de Ferro às 9 hs. Outro ponto importante, bem legal, filmamos, tiramos fotos . Eu subi no monte de pedra que tem em volta da cruz e fiz meus pedidos. Depois da Cruz é um caminho legal com algumas subidas e descidas leves até Manjarin que só tem 1 casa, a de um cara que se diz o último Templario da história, lugar precário sem água nem luz. Depois é um decidona enorme e íngrime. Fiquei muito cansada, meus joelhos doíam muito, muito. Ilma ficou para tràs. Estava muito sol e aquela descida até El Acebo acabou comigo. Tudo doía.






Mas não parei, segui mesmo assim com tantas dores. Aprendi que é possível andar com as dores. A respiração é importante nesse momento. Despedi-me de Dani na entrada de Molinaseca pois ela iria seguir e eu ficar , fuiquei com Kathrin. Andamos mais uns 20 minutos para chegar no albuegue que era no fim da cidade, estávamos as duas mortas. Albergue bom, jantar à 8 euros com boa sopa de lentilhas, depois macarrão a bolonhesa e salada. Abacaxi com pêssego em caldas de sobremesa, e, claro vinho. Conheci Sonia de Curitiba, de 57 anos, estava sozinha e tinha comecado em Astorga. Ela me contou feliz de seus perrengues do início. Inacreditáveis. Ela disse que queria encontrar brasileiros, disse pra ela que ela não teria problemas, tem muitos. Ela pediu pra ir comigo de manhã, engraçaado como tem gente que tem medo de sair sozinha de manha! Eu saio sem problemas, mas o desconhecido no escuro assusta muita gente.